sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022



O programa Opinião, da TV Cultura, apresentado pela jornalista Andresa Boni, desta última quarta-feira teve como tema o 'Metaverso'; um novo espaço on-line que vem sendo concebido com investimentos bilionários de várias multinacionais, e tão propagado por Mark Zuckerberg, fundador da Meta (antigo Facebook). Os entrevistados foram o doutor em sociologia André Lemos, professor da Faculdade de Comunicação - UFBA, e o advogado Rafael Zanatta, diretor da Associação Data Privacy Brasil. O debate priorizou como este mundo virtual poderá ser utilizado diante das questões sociais e das cosmovisões dos povos sul-americanos, sendo entre eles os indígenas.

OPINIÃO
* Quarta-feira às 22h30
* Sexta-feira às 20h (horário alternativo)



 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022


 
A frase "O melhor lugar do mundo é aqui", da canção 'Aqui e Agora', do notável Gilberto Gil, traduz a nossa relação afetiva e necessária com o lugar que nos concede paz para alma. Nesses dias turbulentos que a humanidade tem enfrentado, existe o momento onde temos que recarregar as energias, pausar a caminhada para repensar as escolhas, e contabilizar as perdas e os ganhos. Este espaço onde nos sentimos seguros, confiantes e regozijados, é que mantém o equilíbrio do mundo. Somos persistentes por natureza, por isso urgimos pela sobrevivência perante uma mídia fatalista que insiste em bombardear os cidadãos com péssimas notícias. Dentro de cada um emana aquele sopro de esperança que direciona o olhar para um tempo de renovo, em que a chuva excessiva e nem a seca consigam prejudicar a colheita, em que o trabalhador honradamente coloque o pão sobre sua mesa.


*Imagem: Casa Rosa




segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Microsoft - Tudo para ser a mais poderosa dos games

 



Recentemente a Microsoft destinou US$ 68,9 bilhões para comprar a Activision Blizzard, que é a detentora de títulos como Call of Duty, Diablo, Overwatch, Tony Hawk’s Pro Skater e World of Warcraft; se concretizando como a maior transação da história dos videogames. Esta aquisição ainda precisará passar por um rígido processo de validação estabelecido pelas instituições reguladoras, sendo uma delas a Securities and Exchange Commission (órgão federal do mercado de capitais americanos), que visam dirimir o risco de monopólio e outras irregularidades legais. O negócio deverá ser concretizado entre os meses de julho/2022 e junho/2023.

Por enquanto, Bobby Kotick permanece como CEO da Activision Blizzard, mesmo diante de diversas acusações de assédio sexual e péssimas condições de trabalho reveladas por seus colaboradores. Estes foram um dos motivos que fizeram as ações da empresa despencarem na Bolsa de Valores, e impulsionaram a Microsoft abocanhar rapidamente a gigante desenvolvedora de jogos, segundo apuração do Wall Street Journal. Já Phil Spencer, chefe da divisão Xbox, foi promovido a CEO da Microsoft Gaming, que é o novo núcleo estratégico que controlará todos os assuntos relacionados a marca Xbox e ao universo dos jogos em mobiles (Android e IOS).

O serviço de assinatura Xbox Games Pass ultrapassou o registro de 25 milhões de inscrições em todo o mundo. A Microsoft tem se dedicado intensamente ao segmento dos games, realizando a aquisição de famosos estúdios nos últimos anos. Seus métodos eficazes neste mercado visam acelerar o crescimento de jogos multiplataforma, e projetos direcionados para o metaverso. Com isso somará mais de 400 milhões de jogadores ativos mensais que tem acesso no imenso portfólio da Activision Blizzard. A dúvida que permeia este tema é se a empresa futuramente tornará os jogos exclusivos para o console do Xbox. Em nota, a Microsoft afirmou que ainda manterá alguns lançamentos para o PlayStation, porém a exclusividade de certos jogos serão analisados.

Em receita global, a multinacional de Bill Gates ficará como a terceira maior empresa de games, atrás da chinesa Tencent Holdings e da japonesa Sony Group. A proprietária do Xbox contará com mais de trinta estúdios, os quais podemos citar: Arkane Studios, Bethesda Softworks, King, Mojang Studios, Ninja Theory, Rare, Tango Gameworks, Toys for Bob e Treyarch.

A Microsoft planeja com a aquisição da Activision Blizzard criar sua própria versão do metaverso, já que jogos online como Call of Duty apresentam um mundo virtual onde os usuários podem vivenciar experiências imersivas. Seguindo este fluxo de ideias, Marcelo Rodiño, cofundador e diretor criativo da Flex Interativa, empresa brasileira que desenvolve soluções de realidade aumentada, comentou: “É como se, no Meta, você tivesse que pegar o elevador e subir até o próximo andar. A Microsoft abriu um monte de portas em volta, é só entrar”.

Compra e venda de bens de diversos jogos em multiplataformas são uma realidade em nossos dias, onde qualquer usuário pode acumular dinheiro para adquirir uma ‘skin’ no Fortnite, por exemplo. Esta atividade dentro do metaverso ampliará ainda mais a compra de ativos digitais. O metaverso será um ambiente virtual onde certamente haverá a troca de bilhares de criptomoedas. Vem sendo produzidos tokens e moedas digitais para o metaverso, e numa tacada certeira a Microsoft terá brevemente sua própria criptomoeda para ser negociada nesse espaço.



quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Graffiti antes que seja tarde!

Na adolescência seu modo de indignação era recorrer as pichações pelos muros da cidade. Porém veio um novo tempo e o amadurecimento, que originou num inestimável legado de arte urbana pelo Rio de Janeiro, Brasil e mundo. Estou falando de Dante Urban, que atualmente interfere no panorama da Baixada Fluminense com sua grafia mágica, concedendo cores aos municípios esquecidos pelo poder público. Tive o privilégio de entrevistá-lo para nossa Rádio, veja o que pensa este ator social:  
                          

Alessandro Swinerd: O que foi determinante para você entrar na cena do Graffiti?
Dante Urban: Em 1999 estava no auge da pichação, curtia muito, mas recebi um convite pra fazer um curso de Graffiti na Chatuba, em Mesquita. Tive o contato bem rápido, mas gostei. Como já desenhava comecei a entrar na pegada dos estilos e ao mesmo tempo com oficinas; o pouco que aprendi passei pra outros, junto com uma galera do Hip Hop. Pois na época os quatro elementos eram bem mais unidos.

AS: Quais os maiores eventos que suas obras foram exibidas?
DU: Os maiores eventos pra mim são: a rua e as amizades que conquistamos. Todos os Graffitis sejam em muros, telas, galeria, evento ou sozinho, gosto de pintar e agitar a cena. Participei do Muro por La Paz (2011), maior muro grafitado do mundo na época. Creio que esse foi especial por conta dos contatos e amizades.

AS: Como analisa a atuação dos artistas urbanos na Baixada Fluminense?
DU: Vejo de uma maneira positiva, apesar de todos terem defeitos, sei quem faz a cena e sei quem ganha com ela, nós que estamos diariamente sabemos que existe uma galera que faz valer à pena e outra que só quer se aproveitar da cena. Mas a grande maioria está no caminho certo tendo humildade e respeito, pois na rua se você não tiver isso será difícil viver por ela.

AS: Você realiza intervenções por diversos municípios. Há um retorno financeiro, ou é simplesmente por paixão a arte?
DU: Realizo, pois sou multiplicador. Quero que a cena cresça. Existe uma galera que começou a pintar na minha levada, e que até hoje estão fazendo o que eu gosto - ser multiplicador. Conseguimos algum retorno, pois vivemos disso, outros não. Mas nossa bandeira é o Graffiti, faremos com apoio ou sem. Botamos o sangue, a Baixada precisa disso. Mas em todas as áreas.

AS: O Grafite tem um cunho social, certo? Já participou de alguma instituição que desenvolva um programa socio-educativo em comunidades carentes?  
DU: participei de varias, creio que naquele momento foi especial pelo contato com a galera que não conhecia a arte do Graffiti e do Hip Hop. Mas vejo que a maioria dessas instituições não tem o propósito de multiplicar mesmo. Infelizmente, vejo muitos se aproveitando do momento ao invés de ajudar quem precisa.
  
AS: A BXD Graffiti é uma loja destinada ao público das artes visuais. Também pode ser considerada um “QG” dos grafiteiros, onde são organizados projetos para alterarem o panorama da cidade?
DU:  A idéia da loja foi pensando nisso, na verdade a gente sempre tinha uma grande necessidade de material e íamos ao centro do Rio e Tijuca, lugares longes. Uma loja na Baixada seria de grande importância, pois movimentaria a cena local e também faria um encontro da galera. Temos 1 ano e poucos meses, mas sabemos que as paradas vão fluir. Alguns estão montando marcas de roupas, outros estão virando designers, e temos uma grande influência nos grafiteiros locais. Sabemos quem faz a cena na Baixada de verdade e busco através da loja fortalecer ainda mais .

AS: Alguns dias atrás numa rede social, você se posicionou contrário a um “Concurso de Graffiti” que iria premiar três desenhos que representassem a consciência negra. Isto não é uma forma de promover esta linguagem artística na região e dar oportunidades a novos talentos?
DU: Sim, na verdade a posição foi minha e de todos... a grande maioria dos grafiteiros. Pois antes, a Prefeitura apagou mais de 1 km de intervenções. Premiar num acontecimento desses é impossível, não se valoriza dando dinheiro pra uns e deixando vários de fora. Graffiti não é competição! Não é futebol, torneio, Graffiti é muito mais que isso. A Prefeitura viu essa posição nossa e modificou a idéia, porque não rola isso no nosso meio. Se você vê uma ação de Graffiti onde a galera peça dinheiro e não seja transparente, se posicione, pois está errado. No Graffiti a maioria leva seu próprio material e pinta sem cobrar ao morador ou Prefeitura, e quem quer que seja. Agora se for um trampo comercial é outra parada. Vejo que hoje em dia algumas ações viraram grandes pólos de comércio, onde alguns perderam a essência da cultura. Sei que esses também são os aproveitadores pois toda cultura tem os seus...
   
AS: O que deve ser feito então pelas prefeituras locais para fortalecer o movimento na Baixada Fluminense?
DU: Tem que ser parceiras de alguma forma - seja incentivando, liberando espaços públicos, dando um direcionamento, botando alguém que fale a mesma língua. Ninguém aqui quer ganhar dinheiro com eles, tão pouco pedir emprego. Queremos mais valor e respeito. A fama a gente ganha nas pessoas que moram aqui; e o valor de quem mora na Baixada é o principal. Moramos aqui e queremos uma Baixada explodindo de Graffiti e arte, em locais onde precisam estar bombando e incentivando os jovens. Paz!


Acesse:
Dante Urban 
BXD Graffiti Shop 


*Entrevista realizada para a Rádio Atitude.


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013